À medida em que faço mais posts, percebo duas tendências: aumenta a "necessidade" de editar o blog (vício potencial...) e muda o caráter inicialmente previsto para o blog. Resolvi que a minha noção de cultura será a mais ampla possível. Em gíria, dir-se-ia que ela abriu as pernas.
Após ler uma boa parte da edição atual da revista Caros Amigos, resolvi divulgá-la. É, isto mesmo. Farei propaganda.
A revista é uma das pouca publicações "grandes" brasileiras independentes da grande mídia. Os autores, praticamente em sua totalidade, são muito competentes. Não posso dizer isso com uma base técnica (jornalistas e publicitários de plantão me corrijam se eu estiver errado), mas no papel de leitor. Textos coerentes, bem justificados, bem escritos. Alguns dos meus jornalistas/escritores prediletos da atualidade: José Arbex Jr., César Benjamim, Luís Fernando Veríssimo (este, só eventualmente), entre muitos outros bons. A revista custa R$ 5,50 nas bancas, é mensal, representando um investimento perfeitamente possível para praticamente todos que estão lendo esse texto. Além disso, você pode assiná-la por dois anos pagando R$ 105,90 em três vezes (eu disse que faria propaganda). Para os que não conhecem, sugiro o site da revista onde uma boa parte dos textos publicados podem ser encontrados. Entre os textos desse mês que já li, destaco a reportagem de capa, com título "Juventude Indignada"; a entrevista de um sociólogo francês, Michel Maffesoli, falando sobre o Brasil como laboratório da pós modernidade (na concepção dele, a junção do arcaismo com a tecnologia); e o texto de César Benjamim, questionando a política que a esquerda anuncia como plano de governo e propondo algumas soluções.
Encerro com algumas frases citadas ao longo desta edição da revista e que julguei interessantes.
"Na Roma Antiga, só votavam os romanos. No capitalismo global moderno, só votam os americanos, os brasileiros não votam."
George Soros (Folha de S. Paulo, 08/06/2002).
"Estamos há vinte anos sem crescer. Neste país só se fala em mercado. Basta um especulador dizer qualquer coisa para ficarmos de joelhos. Não podemos abrir mão da nossa soberania. É preciso dar um basta nisso. Temos de defender nossos agricultores, trabalhadores, industriais e a classe média."
Nicolau Jeha, vice-presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) (Carta Maior)
"O momento de maior participação política que eu me lembre, nos anos 50, foi uma campanha em defesa da escola pública (...). Foi uma grande mobilização pelo ensino público gratuito obrigatório, que é a base da democracia - o que eu acredito até hoje."
Fernando Henrique Cardoso, em artigo ao Jornal da Tarde, falando de seus tempos de professor (citado como pérola na seção República da edição 64 da Caros amigos)
"Sentimento sem ação é a ruína da alma."
Patrick Reinsborough, diretor organizador da Rainforest Action Network, parafraseando Edward Abbey
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