Estranho pensar no caráter exponencial dos fatos que determinam nossas existências. Quando eu vinha hoje caminhando para casa, pensava em como seria interessante manter um blog denominado Laurelin, a mais jovem das árvores de Valinor, que deu origem ao Sol. E fiz vários planos a respeito. Chegando aqui, descubro que alguém já utiliza o laurelin.blogspot.com. E, por incrível que pareça, Gondolin estava "vazia". Desta forma, meus planos anteriores foram por água abaixo mas já vejo um bom potencial no nome deste outro (por isso mencionei o caráter exponencial... uma simples mudança em uma variável (nome do blog) leva a várias mudanças em outras (conteúdo)). Inclusive, tudo começou quando eu decidi saber o que era o "hidden gate to save us from the shadow fall", na música Mirror Mirror do Blind Guardian. Acabei lendo "O Senhor dos Anéis" e "O Silmarillion", onde finalmente descobri o que era. E cá estou novamente, no início.
Nada mais justo do que citar os dois trechos de Tolkien referentes à criação de Gondolin.
"Já Turgon tinha lembranças da cidade instalada no alto de uma colina, Tirion, a bela, com sua torre e sua árvore; e não encontrava o que buscava. Mas voltou para Nevrast e se acomodou em Vinyamar, à beira-mar. E, no ano seguinte, o próprio Ulmo lhe apareceu e recomendou que voltasse a entrar sozinho no Vale do Sirion. Turgon partiu e, sob a orientação de Ulmo, descobriu o vale oculto de Tumladen, nas Montanhas Circundantes, no centro do qual havia uma colina de pedra. Dessa descoberta, ele não falou a ninguém por um tempo, mas retornou ainda uma vez a Nevrast, e ali começou em segredo a elaborar o projeto de uma cidade no estilo de Tirion sobre Túna, pela qual seu coração ansiava no exílio"
Extraído de Tolkien, J. R. R. - "O Silmarillion", Capítulo XIII (Da volta dos noldor)
"Já se relatou como, com a orientação de Ulmo, Turgon de Nevrast descobriu o vale oculto de Tumladen; e este (como mais tarde se soube) ficava a leste do curso superior do Sirion, num círculo de montanhas altas e escarpadas, aonde não chegava nenhum ser vivo à exceção das águias de Thorondor. Existia, porém, um caminho nas profundezas, por baixo das montanhas, escavado nas trevas do mundo, por águas que fluíam para se juntar à correnteza do Sirion. E esse caminho Turgon descobriu, e chegou assim à verde planície em meio às montanhas, e viu a colina-ilha de pedra dura e lisa que ficava ali; pois, o vale havia sido outrora um lago enorme. Turgon soube, então, que havia encontrado o local de seus desejos, e decidiu construir ali uma bela cidade, um monumento em memória de Tirion sobre Túna. Voltou porém para Nevrast e lá permaneceu sossegado, embora sempre pensando num modo de realizar seu projeto.
Ora, depois da Dagor Aglareb, a inquietação que Ulmo instilara em seu coração lhe voltou, e Turgon convocou muitos dos mais resistentes e habilidosos de seu povo, levou-os em segredo para o vale oculto, e ali começaram a construção da cidade que Turgon havia imaginado. Montaram também guarda em toda a sua volta, para que ninguém que viesse de fora pudesse deparar com seu trabalho, e o poder de Ulmo que corria nas águas do Sirion os protegia. Turgon, porém, ainda residia na maior parte do tempo em Nevrast, até que afinal a cidade ficou pronta, após cinqüenta e dois anos de faina em segredo. Diz-se que Turgon a denominou Ondolindë, na fala dos elfos de Valinor, a Rocha da Música da Água, pois havia nascentes na colina; mas no idioma sindarin o nome foi mudado, tornado-se Gondolin, a Rocha Oculta. Preparou-se então Turgon para partir de Nevrast e abandonar seus palácios em Vinyamar à beira-mar. E ali Ulmo mais uma vez veio até ele e lhe falou.
- Agora irás finalmente para Gondolin, Turgon; e manterei meu poder sobre o Vale do Sirion, e sobre todas as águas que existem ali, para que ninguém se dê conta de tua viagem. Ninguém tampouco encontrará a entrada secreta contra a tua vontade. De todos os reinos dos eldalië, Gondolin será o que resistirá por mais tempo a Melkor. Não tenhas, porém, amor em excesso pela obra de tuas mãos e invenções de teu coração. Lembra-te que a verdadeira esperança dos noldor está no oeste e vem do Mar.
E Ulmo avisou a Turgon que ele também estava sujeito à Condenação de Mandos, a qual Ulmo não tinha nenhum poder para eliminar.
- Assim, pode acontecer que a maldição dos noldor também te descubra antes do fim, e que a traição surja dentro de tuas muralhas. Então, elas correrão perigo de incêndio. No entanto, se esse perigo chegar muito perto, da própria Nevrast virá alguém te avisar; e dele, superando a destruição e o fogo, nascerá a esperança para elfos e homens."
Extraído de Tolkien, J. R. R. - "O Silmarillion", Capítulo XV (Dos noldor em Beleriand)
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment