Thursday, January 16, 2003

Studio Ghibli
Sim, Anime de novo. Agora não vou falar de um só, mas de um estúdio, supra-citado, e de um autor, Hayao Miyazaki. Seus longa-metragens são obras de arte.

Entrei em contato com o autor através de Mononoke Hime. É uma aventura ecológica, com personagens bem elaborados (não há personagens bons ou maus, só motivações diferentes), uma história muito bem costurada, e alguma violência. Na verdade bastante violência. O suficiente para após a Disney ter comprado os direitos do filme e chamado algumas estrelas para fazer a dublagem ter que amargar um prejuízo devido à classificação etária alta (Nos EUA adultos não assistem desenho animado...).

Para se ter uma idéia, a primeira vez que o protagonista encontra a San, a Princesa Mononoke em questão, ela está sugando e cuspindo o sangue "sujo" da ferida de um lobo. Ela então limpa o rosto com o antebraço, e olha pra ele, com a boca e o rosto manchados de sangue, e uma faca na mão. O pôster do filme, exibido na página "supra-linkada", mostra esta cena...

A última produção do Miyazaki vem colecionando prêmios, tanto em festivais de animação quanto em festivais de cinema. Trata-se de Spirited Away, uma aventura fantástica ao estilo de Alice no País das Maravilhas, A História Sem Fim e A Busca Onírica pela Desconhecida Kadath (livre-tradução minha para o título de "The Dream Quest for Unknown Kadath"... uma fantasia como as outras duas, mas bem mais "dark", assim como o anime). A história fala sobre uma garotinha de 10 anos, que após seus pais se perderem em uma estrada, acaba indo parar em uma "Casa de Banho para Deuses", habitada por fantasmas. Para não ser morta, Chihiro tem que abdicar do seu nome e sua natureza humana, e trabalhar para a bruxa que administra o local, Yu-Baaba.

O objetivo do desenho é mostrar uma garota séria e emburrada redescobrindo a infância através de experiências fantásticas. O foco é na reação da Chihiro/Sen às interações com os seres (alguns impossíveis de classificar entre "bem e mal") que freqüentam o local. Nas palavras do autor, no final ela vence não por destruir o mal... assim como o mundo nao pode desaparecer (o mal também não pode), mas porque ela encontra vontade de viver. De um Japão atual psicoticamente industrializado, ela encontra a oportunidade de ser criança em um cenário bucólico clássico japonês...

Fora esses dois, assisti Nausicaa, uma aventura ao estilo de Mononoke, mas bem mais leve, e enquanto escrevo estou me preparando para assistir Laputa - Castle in The Sky (eta título cacofônico...). E torço para que Spirited Away passe no cinema por aqui também.

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