Wednesday, January 01, 2003

OK, dois posts no mesmo dia. Estou entediado, e não há mais nada que eu possa fazer a não ser ficar escrevendo aqui. Suportem.

Certo tempo atrás assisti Lain. Finalmente consegui baixar uma versão com legendas. O desenho é extremamente adulto, e tem como pretexto (Animes adultos costumam ter um pretexto básico a partir do qual causam dor e sofrimento aos personagens e filosofam sobre vários assuntos. Por exemplo, o pretexto de EVA é uma briga de robozões contra bichões maus.) a gradual mistura do cyberespaço (chamado no desenho de Wired) com o mundo real. O assunto real do desenho é a busca de Lain ("A" Lain) por ela própria, o que ela é e porque ela existe.

A série é MUITO psicológica, cheia de decorações subliminares (por exemplo, todas as sombras têm manchas de sangue, o som dos transformadores de energia elétrica mostrando que a "Wired" está em toda a parte). Uma cena extremamente interessante é uma em um episódio do meio, sobre um jogo da Wired em primeira pessoa. Um garotinho está correndo assustado pelas ruas ("reais"). Aparece uma garotinha do lado dele, flutuando. Suas expressões mudam para um rosto meio contorcido, que o artista usa para indicar "fantasmas". O garoto saca sua arma "virtual", escolhe a "munição 7" ou algo do gênero, e atira na garotinha. É quando a Lain chega, e ele pergunta pra ela : "Você é uma PK também? Me ajude!". PK é um termo conhecido de RPGs e MUDs online, significa Player Killer. Paro por aqui a narrativa porque faz muito tempo que vi o desenho.

Infelizmente não posso contar mais do desenho sem correr o risco de contar demais. É exatamente a forma como o desenho se apresenta e informa do que se trata que o torna tão bom. Sem mais, é um dos melhores animes sérios que eu já vi.

A página Thought Experiments Lain contém uma resenha muito melhor que a minha, só não leiam após o aviso enorme de "SPOILERS AHEAD".

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