Eu também vou comentar o mesmo assunto dos últimos posts...
Também acho que o ataque não foi à liberdade... O que tornou o fato um absurdo, a meu ver, foi o fato de ter resultado na morte de milhares de pessoas.
Ataques terroristas sempre querem passar alguma mensagem. Atacar um centro financeiro não me parece um insulto à liberdade. Atacar a casa branca também não, mesmo que os Estados Unidos se auto-intitulem o país da liberdade, da democracia, etc...
A estátua da liberdade estava ali do lado e, no entanto, o que foi atacado foram as torres gêmeas... Sinceramente, acho que se quisessem chocar o mundo com um "nós somos contra a liberdade", este seria um alvo muito mais razoável.
Quanto à ênfase que a mídia deu ao ocorrido, também concordo com o Japa: ela está interessada na notícia, e não nas vidas. Isso, no entanto, não me espanta... Por quê?
Por que isso é recorrente em todas as esferas da sociedade. O problema não é com a mídia, e sim com o homem. O homem individualista leva o individualismo ao trabalho. Quando está no controle de uma empresa, não está preocupado em maximizar a qualidade de vida do funcionário, mas em maximizar os lucros da empresa, o que é de certa forma coerente com o "eu quero me dar bem". Para os veículos de notícias, maximizar o lucro é passar a informação que vai render mais dinheiro. O mesmo vale para chefes de nação, que quando precisam ferrar outros países -- e têm poder para tanto -- o fazem numa boa, num egoísmo coletivo (queremos o melhor para o nosso país, o resto que se vire), ou quando ferram o próprio país com corrupção, visando riquezas pessoais. Pode-se estender esse raciocínio para os bancos e sua agiotagem, para partidos políticos que não aceitam propostas de outros partidos, para pessoas que sonegam impostos, para os que sujam as ruas da cidade, e por aí vai...
Na minha opinião, isso não é maldade inata... É a maneira como pode agir alguém que aprendeu a se considerar o próprio Deus, a procurar o bem-estar próprio acima de qualquer coisa.
Os terroristas, por sua vez, não agem de maneira individualista, mas de maneira fundamentalista. Não acho justo considerar que o islamismo em si prega a violência, já que existem tantos muçulmanos que até lutam pela paz no mundo. Acho que o problema está na concepção que alguns deles têm da religião, e não na religião em si. Problema, aliás, que o cristianismo já passou.
Monday, September 09, 2002
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