A Lei do Talião (do latim "lex talionis", lei da retaliação) é a famosa lei do "olho por olho, dente por dente". A Regra de Ouro é a norma que diz basicamente "faça aos outros aquilo que você gostaria que fosse feito a você" ou "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fosse feito a você", presente nas grandes religiões e em diversas filosofias (Na wikipedia há uma lista cronológica de ocorrências da Regra de Ouro).
Ambas propõem, a seu modo, a reciprocidade nas ações. A primeira, como lei de fato, dá ao agredido o direito de retaliar de maneira equivalente aquele que lhe fez o mal, chegando ao ponto de, por exemplo, permitir a alguém que teve o filho morto matar o filho do assassino. A segunda é apenas uma proposta ética sobre o relacionamento com o próximo.
Embora tenham tido significativa importância histórica, leis que propõem uma reciprocidade baseada em conceitos como vingança e retribuição de violência estão certamente obsoletas. As conquistas da humanidade não dão mais espaço para tal tipo de paradigma legal.
No entanto, é inegável que a retaliação se faz presente com grande intensidade na conduta ética das pessoas. Acredito firmemente que a humanidade, tão abundante em falhas, não conseguirá alcançar a paz enquanto um paradigma assim for tão significativo em proporções globais. Os erros são tão intrínsecos à nossa natureza, que vinganças injustas surgem invariavelmente e, tão logo começam, são realimentadas por uma maneira de pensar que apenas multiplica o ódio.
A Regra de Ouro traz consigo uma mentalidade totalmente diferente, até mesmo oposta. Um erro alheio não é desculpa para agredir o outro. Se quem erra quer ser compreendido, então seja compreensivo. Se não quiser se afundar no ciclo vicioso do ódio, a humanidade precisa eventualmente adotar a cultura do perdão.
"An eye for an eye leaves the whole world blind." (Gandhi)
Thursday, June 24, 2004
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