Sunday, November 24, 2002

"Redação" de um aluno de sétima série:

"O natal e uma selebrasão do nacimento de jesus que ser dounor um feriado que doda a familia se reune mais os amigos e vais uma sei de natal que damos presendes e gaiamos presendes istoramos japaem damos pregamo conversamos. E adoro o natal e muito bom o natal selepamas o namento de jesus e fasemos festas. Mais dem mais coisas soutamos, asedemos a missa. E muito bom. Mais que eu me esquesa dambem dem o vamoso papai Noel um velhilho que trais presente para todas griansas."

Este texto sustenta a opinião de Lygia Viégas sobre o "ensino continuado", programa que eliminou as reprovações no ensino básico de São Paulo. É realmente impressionante que alguém (Alckmin, governador do estado, por exemplo) tenha coragem de defender a tese de que o ensino público melhorou.

O triste é imaginar que nossos governantes são instruídos o suficiente para saber que a política neoliberal de cortar gastos na educação (meta real do programa) não é aplicável em um país subdesenvolvido. Como se espera desenvolvimento tecnológico e industrial sem conhecimento? Como se espera uma democracia efetiva se os indivíduos não compreendem minimamente o mundo em que vivem? Como se espera justiça social em uma sociedade repleta de ignorância e oportunismo?

Pro inferno com todos. "Ah, o terrorismo, a violência urbana! Que monstros!" Pois sim. O sistema cria os monstros e depois defende um "investimento em segurança". Muito conveniente sob o argumento (cantado por Renato Russo) de que "as guerras geram emprego, aumentam a produção".

Sinceramente, bom mesmo era o mundo do Velho Testamento, em que o poderoso Deus mandava anjos com espadas de fogo dos céus para exterminar os homens maus.

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