Thursday, November 28, 2002
Saiu no Slashdot: Uma física na Universidade de Waterloo está bem perto de unificar a Teoria Quântica com a Teoria da Relatividade. A Scientific American tem um artigo sobre isso. Questão interessante levantada : Na teoria quântica, todas as variáveis são um "limbo" de probabilidades, que só se tornam reais quando são observadas. Assim sendo, quem observa o universo? Alguém certamente responderá "Deus". Ela tem outra opinião. Eu prefiro esperar antes de especular.
Sunday, November 24, 2002
Filmes
La Haine (O Ódio), de Mathieu Kassovitz - O filme que eu sou, segundo um destes testes, é um filme estranho. Os filmes europeus em geral me parecem estranhos. A estranheza deste reside na violência implícita. As ruas, os diálogos, as cores (preto e branco), tudo é hostil, duro e, de alguma forma, chocante. Apesar de vermos apenas dois tiros (compare com um filme policial americano), o filme é muito violento e agressivo. Não faz você se sentir bem, mas é bom.
Det Sjunde Inseglet (O Sétimo Selo), de Ingmar Bergman - O filme que o André é, segundo o mesmo teste, é um filme muito estranho. Se haviam mensagens escondidas, eu não percebi. Destaque para a caracterização da "Morte", com artifícios semelhantes aos que Neil Gaiman usa em Sandman: características de conceitos abstratos (Sonho, Morte, Destino, etc) traduzidas no comportamento dos personagens. Exemplos:
- Ingmar: "a Morte é traiçoeira", o que fica claro na cena em que ela se finge de padre e ouve a confissão do Cavaleiro;
- Gaiman: "o Sonho é enigmático", um dos traços mais claros de Sandman.
Filme interessante, mas aparentemente nada de mais.
La Haine (O Ódio), de Mathieu Kassovitz - O filme que eu sou, segundo um destes testes, é um filme estranho. Os filmes europeus em geral me parecem estranhos. A estranheza deste reside na violência implícita. As ruas, os diálogos, as cores (preto e branco), tudo é hostil, duro e, de alguma forma, chocante. Apesar de vermos apenas dois tiros (compare com um filme policial americano), o filme é muito violento e agressivo. Não faz você se sentir bem, mas é bom.
Det Sjunde Inseglet (O Sétimo Selo), de Ingmar Bergman - O filme que o André é, segundo o mesmo teste, é um filme muito estranho. Se haviam mensagens escondidas, eu não percebi. Destaque para a caracterização da "Morte", com artifícios semelhantes aos que Neil Gaiman usa em Sandman: características de conceitos abstratos (Sonho, Morte, Destino, etc) traduzidas no comportamento dos personagens. Exemplos:
- Ingmar: "a Morte é traiçoeira", o que fica claro na cena em que ela se finge de padre e ouve a confissão do Cavaleiro;
- Gaiman: "o Sonho é enigmático", um dos traços mais claros de Sandman.
Filme interessante, mas aparentemente nada de mais.
"Redação" de um aluno de sétima série:
"O natal e uma selebrasão do nacimento de jesus que ser dounor um feriado que doda a familia se reune mais os amigos e vais uma sei de natal que damos presendes e gaiamos presendes istoramos japaem damos pregamo conversamos. E adoro o natal e muito bom o natal selepamas o namento de jesus e fasemos festas. Mais dem mais coisas soutamos, asedemos a missa. E muito bom. Mais que eu me esquesa dambem dem o vamoso papai Noel um velhilho que trais presente para todas griansas."
Este texto sustenta a opinião de Lygia Viégas sobre o "ensino continuado", programa que eliminou as reprovações no ensino básico de São Paulo. É realmente impressionante que alguém (Alckmin, governador do estado, por exemplo) tenha coragem de defender a tese de que o ensino público melhorou.
O triste é imaginar que nossos governantes são instruídos o suficiente para saber que a política neoliberal de cortar gastos na educação (meta real do programa) não é aplicável em um país subdesenvolvido. Como se espera desenvolvimento tecnológico e industrial sem conhecimento? Como se espera uma democracia efetiva se os indivíduos não compreendem minimamente o mundo em que vivem? Como se espera justiça social em uma sociedade repleta de ignorância e oportunismo?
Pro inferno com todos. "Ah, o terrorismo, a violência urbana! Que monstros!" Pois sim. O sistema cria os monstros e depois defende um "investimento em segurança". Muito conveniente sob o argumento (cantado por Renato Russo) de que "as guerras geram emprego, aumentam a produção".
Sinceramente, bom mesmo era o mundo do Velho Testamento, em que o poderoso Deus mandava anjos com espadas de fogo dos céus para exterminar os homens maus.
"O natal e uma selebrasão do nacimento de jesus que ser dounor um feriado que doda a familia se reune mais os amigos e vais uma sei de natal que damos presendes e gaiamos presendes istoramos japaem damos pregamo conversamos. E adoro o natal e muito bom o natal selepamas o namento de jesus e fasemos festas. Mais dem mais coisas soutamos, asedemos a missa. E muito bom. Mais que eu me esquesa dambem dem o vamoso papai Noel um velhilho que trais presente para todas griansas."
Este texto sustenta a opinião de Lygia Viégas sobre o "ensino continuado", programa que eliminou as reprovações no ensino básico de São Paulo. É realmente impressionante que alguém (Alckmin, governador do estado, por exemplo) tenha coragem de defender a tese de que o ensino público melhorou.
O triste é imaginar que nossos governantes são instruídos o suficiente para saber que a política neoliberal de cortar gastos na educação (meta real do programa) não é aplicável em um país subdesenvolvido. Como se espera desenvolvimento tecnológico e industrial sem conhecimento? Como se espera uma democracia efetiva se os indivíduos não compreendem minimamente o mundo em que vivem? Como se espera justiça social em uma sociedade repleta de ignorância e oportunismo?
Pro inferno com todos. "Ah, o terrorismo, a violência urbana! Que monstros!" Pois sim. O sistema cria os monstros e depois defende um "investimento em segurança". Muito conveniente sob o argumento (cantado por Renato Russo) de que "as guerras geram emprego, aumentam a produção".
Sinceramente, bom mesmo era o mundo do Velho Testamento, em que o poderoso Deus mandava anjos com espadas de fogo dos céus para exterminar os homens maus.
Sunday, November 17, 2002
Evil. Lembra-se daqueles emails que fazem análises numerológicas para concluir que a Microsoft, a Disney ou o gato do vizinho são a Besta? Sempre quis uma análise numerológica que diz que você é 100% Evil? Seus problemas acabaram!!!
evilfinder
Exemplos:
Renato Sousa
Thiago Hirai
André Lima
evilfinder
Exemplos:
Renato Sousa
Thiago Hirai
André Lima
Tuesday, November 12, 2002
Neon Genesis Evangelion é certamente uma das melhores produções artísticas com que tive contato. O enigmático anime em seu "cenário futurístico pós-holocausto" é apenas pano de fundo para uma profunda caracterização psicológica, tecida com maestria. Apesar de perder para o anime nos aspectos "ação" e, obviamente, música, o mangá realça o contato do leitor com os personagens, dando mais tempo para que este reflita sobre as motivações de cada um.
Atenção, spoiler à frente! Na edição (brasileira) 11, um personagem secundário ganha destaque. O autor enfatiza os conflitos internos de Toji, deixa claro o medo que este sente, mostra o esforço do menino para entrar na batalha, motivado pela esperança de ajudar a irmã. Na 12 (nas bancas em São Paulo), são mostrados aspectos do cotidiano da vida dele, particularmente a afeição secreta que uma colega de classe nutre por ele. E, nesta edição, Toji morre. O protagonista, Shinji, presencia a cena extremamente violenta em que o sistema automático ("dummy plug") destrói, ignorando seus protestos, a unidade EVA em que se encontra seu amigo.
Ao final de "Tingindo o entardecer de negro...", a colega apaixonada aguarda, sem saber da funesta batalha, um impossível encontro com Toji. História forte. Muito boa.
Atenção, spoiler à frente! Na edição (brasileira) 11, um personagem secundário ganha destaque. O autor enfatiza os conflitos internos de Toji, deixa claro o medo que este sente, mostra o esforço do menino para entrar na batalha, motivado pela esperança de ajudar a irmã. Na 12 (nas bancas em São Paulo), são mostrados aspectos do cotidiano da vida dele, particularmente a afeição secreta que uma colega de classe nutre por ele. E, nesta edição, Toji morre. O protagonista, Shinji, presencia a cena extremamente violenta em que o sistema automático ("dummy plug") destrói, ignorando seus protestos, a unidade EVA em que se encontra seu amigo.
Ao final de "Tingindo o entardecer de negro...", a colega apaixonada aguarda, sem saber da funesta batalha, um impossível encontro com Toji. História forte. Muito boa.
Monday, November 04, 2002
Comprei o CD do Shaman hoje. A FNAC me faz gastar o dinheiro que não tenho. Paciência.
Shaman, pra quem não sabe, é a banda do ex-vocalista, do ex-baterista e do ex-baixista do Angra, com o irmão do último na guitarra. A comparação com a banda anterior é inevitável: O som do Shaman é mais pesado, e, apesar de permeado de instrumentos indígenas, perdeu um pouco das influências brasileiras no som (Holy Land está entre as minhas "obras de arte"). Apesar disso, o som é ótimo, e lembra bastante o som antigo do Angra, principalmente pelo vocal genial do André Matos. Depois de um CD mediano do "novo Angra", é um alívio saber que pelo menos uma parte da banda antiga manteve a qualidade...
Só gostaria de saber porque raios o nome Angra ficou com dois dos integrantes originais, enquanto os três restantes, incluindo o vocalista e compositor de boa parte das músicas, formaram outra banda, com bem menos atenção da mídia. Será que tem algo a ver com a orientação "pop" do "novo Angra"?
Shaman, pra quem não sabe, é a banda do ex-vocalista, do ex-baterista e do ex-baixista do Angra, com o irmão do último na guitarra. A comparação com a banda anterior é inevitável: O som do Shaman é mais pesado, e, apesar de permeado de instrumentos indígenas, perdeu um pouco das influências brasileiras no som (Holy Land está entre as minhas "obras de arte"). Apesar disso, o som é ótimo, e lembra bastante o som antigo do Angra, principalmente pelo vocal genial do André Matos. Depois de um CD mediano do "novo Angra", é um alívio saber que pelo menos uma parte da banda antiga manteve a qualidade...
Só gostaria de saber porque raios o nome Angra ficou com dois dos integrantes originais, enquanto os três restantes, incluindo o vocalista e compositor de boa parte das músicas, formaram outra banda, com bem menos atenção da mídia. Será que tem algo a ver com a orientação "pop" do "novo Angra"?
Friday, November 01, 2002
Thiago de Mello é um dos meus poetas favoritos. Versando muito sobre a vida, o amor e a fraternidade, traduz em palavras muitos dos meus pensamentos. Segue texto dele.
"OS FUNDAMENTOS
A lenda, porque lenda, é verdadeira.
Assim direi que, mesmo transmitida
por minha boca - pântano de enganos -
é de verdade a herança que te deixo.
Por verdadeira, cala sobre o temp
das coisas que ela conta acontecidas,
das quais nenhum sinal há sobre o mundo.
Só declaram seu tempo coisas findas,
as que perderam fala, mas gaguejam
quando, por loucos, vamos despertá-las
tão tristes nos seus túmulos abertos.
Os olhos imutáveis da verdade
pairando sobre o tempo nos espiam.
Pena. porém, não reste sombra ou rastro
do que, em campo de lenda, floresceu.
Por mais que se andem léguas e se escavem
planícies e penhascos se derrubem,
não se encontra um vestígio, além dos dois
que, irmãos da lenda, intatos permanecem:
o homem e o mundo - sempre recusados
porque são manifestos, são os únicos
sinais que provam todas as verdades.
A lenda, porque lenda, é verdadeira.
Pois o próprio das lendas é a verdade,
como próprio do amor que não se acabe,
que seja fundamento de si mesmo
e fundamente a vida de quem ama."
Faz Escuro mas eu canto, Thiago de Mello, 1926-?
Subscribe to:
Posts (Atom)