Wednesday, October 30, 2002
Tuesday, October 29, 2002
Iä! Shub-Niggurath! Recentemente ouvi a versão da banda The Sins of Thy Beloved (Gothic/Death Metal) do clássico do Metallica "The Thing That Should Not Be". Foi o suficiente pra acordar meu interesse por Lovecraft. Há algum tempo atrás, havia lido todos os textos disponíveis online em duas semanas, nas férias. Revisitando a Lovecraft Library percebi que haviam sido colocados online os textos escritos em colaboração com outros autores, os quais estou lendo atualmente. Por isso não dormi esta noite.
Várias coisas fazem de Lovecraft um grande escritor de horror. A mais valorizada é a capacidade de criar a partir de citações vagas uma mitologia de coesão incrível. Adicionando ainda mais credibilidade, ele não se importava quando seus mitos eram citados em outras histórias, e incluía em suas próprias histórias os mitos de outros escritores. Assim, criou-se o Cthulhu Mythos, uma mitologia que apesar de declaradamente fictícia, inspirou seguidores legítimos, e influenciou seitas como o Satanismo e a Magia Negra, que incluem alguns de seus elementos. De seu livro assumidamente fictício, o Necronomicon, foram lançadas várias falsificações.
Além disso, a interação gradual destes mitos com os protagonistas, que invariavelmente enlouquecem pelo conhecimento que não deveriam ter, criam um clima de medo fantástico. Contribui ainda para este clima o estilo do autor, com frases longas, com vários adjetivos e advérbios, muitos destes arcaicos. Finalmente, a ambientação na Nova Inglaterra (criando as cidades de Arkham (sim, o asilo de Gotham City, e a própria Gotham City foram inspiradas aqui), com a Miskatonic University, Innsmouth, Dunwich e Kingsport por exemplo), e a interação com lugarejos decadentes, aldeões taciturnos e cultistas enlouquecidos completam o cenário.
Finalmente, o uso comum de descobertas científicas recentes à época (como a teoria da relatividade e o planeta Plutão/Yuggoth), contrastando com sua mente aberta ao extremo, que considerava o conhecimento humano ínfimo comparado aos mistérios do universo. Destaque para conceitos utilizados em suas histórias e somente após a sua morte incluídos na ciência "séria", como a noção de universos paralelos (Through the Gates of the Silver Key), a noção da observação/medição como elemento de alteração do sistema (The Haunter of the Dark), e a citação em 1929-30 do lanternas movidas a energia atômica (The Mound).
Para terminar, a indicação do meu candidato a presidente. Why vote for the lesser evil?Cthulhu fhtagn.
Várias coisas fazem de Lovecraft um grande escritor de horror. A mais valorizada é a capacidade de criar a partir de citações vagas uma mitologia de coesão incrível. Adicionando ainda mais credibilidade, ele não se importava quando seus mitos eram citados em outras histórias, e incluía em suas próprias histórias os mitos de outros escritores. Assim, criou-se o Cthulhu Mythos, uma mitologia que apesar de declaradamente fictícia, inspirou seguidores legítimos, e influenciou seitas como o Satanismo e a Magia Negra, que incluem alguns de seus elementos. De seu livro assumidamente fictício, o Necronomicon, foram lançadas várias falsificações.
Além disso, a interação gradual destes mitos com os protagonistas, que invariavelmente enlouquecem pelo conhecimento que não deveriam ter, criam um clima de medo fantástico. Contribui ainda para este clima o estilo do autor, com frases longas, com vários adjetivos e advérbios, muitos destes arcaicos. Finalmente, a ambientação na Nova Inglaterra (criando as cidades de Arkham (sim, o asilo de Gotham City, e a própria Gotham City foram inspiradas aqui), com a Miskatonic University, Innsmouth, Dunwich e Kingsport por exemplo), e a interação com lugarejos decadentes, aldeões taciturnos e cultistas enlouquecidos completam o cenário.
Finalmente, o uso comum de descobertas científicas recentes à época (como a teoria da relatividade e o planeta Plutão/Yuggoth), contrastando com sua mente aberta ao extremo, que considerava o conhecimento humano ínfimo comparado aos mistérios do universo. Destaque para conceitos utilizados em suas histórias e somente após a sua morte incluídos na ciência "séria", como a noção de universos paralelos (Through the Gates of the Silver Key), a noção da observação/medição como elemento de alteração do sistema (The Haunter of the Dark), e a citação em 1929-30 do lanternas movidas a energia atômica (The Mound).
"What do we know," he had said, "of the world and the universe about us? Our means of receiving impressions are absurdly few, and our notions of surrounding objects infinitely narrow. We see things only as we are constructed to see them, and can gain no idea of their absolute nature. With five feeble senses we pretend to comprehend the boundlessly complex cosmos, yet other beings with wider, stronger, or different range of senses might not only see very differently the things we see, but might see and study whole worlds of matter, energy, and life which lie close at hand yet can never be detected with the senses we have."
(H. P. Lovecraft -- From Beyond)
The most merciful thing in the world, I think, is the inability of the human mind to correlate all its contents. We live on a placid island of ignorance in the midst of black seas of infinity, and it was not meant that we should voyage far. The sciences, each straining in its own direction, have hitherto harmed us little; but some day the piecing together of dissociated knowledge will open up such terrifying vistas of reality, and of our frightful position therein, that we shall either go mad from the revelation or flee from the light into the peace and safety of a new dark age.
(H. P. Lovecraft -- The Call of Cthulhu)
Para terminar, a indicação do meu candidato a presidente. Why vote for the lesser evil?Cthulhu fhtagn.
Sunday, October 27, 2002
Ouvindo Avantasia, The Metal Opera. Descobri com a Raquel, que descobriu com o Teivan. Não achei muito inovador e esta é a crítica que mais comumente ouço sobre o Tobias Sammet, vocalista do Edguy e idealizador do projeto. Apesar disto, os dois discos do projeto são muito bons, metal de qualidade. Preferi o segundo, que é mais melódico e traz músicas excepcionais. Segue o trecho final de Into the Unknown.
"Walking down a misty road into the unknown
Heavy winds may blow into our faces
You can't kill the dream in killing the dreamer
Can't tear it down
Always carry on
Dreamers come and go
But a dream's forever
Freedom for all minds
Let us go together
Neverending ways
Got to roam forever
Always carry on
I've seen dreamers come and go"
"Walking down a misty road into the unknown
Heavy winds may blow into our faces
You can't kill the dream in killing the dreamer
Can't tear it down
Always carry on
Dreamers come and go
But a dream's forever
Freedom for all minds
Let us go together
Neverending ways
Got to roam forever
Always carry on
I've seen dreamers come and go"
Lula
Em 27 de Outubro de 2002, Luís Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente da República. Cansado das péssimas conseqüências sociais da política econômica falha aplicada na última década, o povo elege um representante da esquerda. O povo desconhece o jogo sujo da economia, não reconhece os verdadeiros causadores de sua miséria. O povo sabe apenas que as coisas estão ruins. Sabe da ameaça, muitas vezes já concretizada, do desemprego. Sabe da violência, causada principalmente por este último. O povo sabe que José Serra não representa mudança, e deposita suas esperanças em Lula.
A esperança do povo brasileiro é, paradoxalmente, sua desgraça e sua virtude. Desgraça por facilitar o esquecimento, pondo de lado a perspectiva histórica. Virtude por permitir que continue, que lute - ainda que brandamente - por um país melhor. Lula é um homem do povo. Lula representa a nossa esperança. Se ele pode ou não mostrar a face virtuosa da moeda, criando de fato o pacto social, apenas o tempo nos dirá. Por enquanto, como bom brasileiro, prefiro crer que sim.
Em 27 de Outubro de 2002, Luís Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente da República. Cansado das péssimas conseqüências sociais da política econômica falha aplicada na última década, o povo elege um representante da esquerda. O povo desconhece o jogo sujo da economia, não reconhece os verdadeiros causadores de sua miséria. O povo sabe apenas que as coisas estão ruins. Sabe da ameaça, muitas vezes já concretizada, do desemprego. Sabe da violência, causada principalmente por este último. O povo sabe que José Serra não representa mudança, e deposita suas esperanças em Lula.
A esperança do povo brasileiro é, paradoxalmente, sua desgraça e sua virtude. Desgraça por facilitar o esquecimento, pondo de lado a perspectiva histórica. Virtude por permitir que continue, que lute - ainda que brandamente - por um país melhor. Lula é um homem do povo. Lula representa a nossa esperança. Se ele pode ou não mostrar a face virtuosa da moeda, criando de fato o pacto social, apenas o tempo nos dirá. Por enquanto, como bom brasileiro, prefiro crer que sim.
Friday, October 25, 2002
A Caros Amigos deste mês traz uma matéria de capa muito boa. O título é "Chega de lixo cultural!" e trata-se de uma entrevista com o maestro Julio Medaglia. As opiniões dele sobre cultura (particularmente música) são muito interessantes, concordo com praticamente tudo. Na referência acima encontra-se uma palhinha da reportagem. Também no site da revista encontramos um lembrete sobre o processo eleitoral de 1989 e uma breve história da vida de Lula, contada por Frei Betto.
Também da Caros Amigos, está nas bancas a terceira edição do especial Che Guevara, um suplemento exclusivo sobre a vida do guerrilheiro. Vale a pena.
Também da Caros Amigos, está nas bancas a terceira edição do especial Che Guevara, um suplemento exclusivo sobre a vida do guerrilheiro. Vale a pena.
Monday, October 21, 2002
Para quem não conhece, Dilbert é um pobre engenheiro que trabalha numa empresa com um chefe imbecil. O lixeiro da tirinha volta e meia aparece e é uma espécie de onisciência. Por que ele é lixeiro? Porque se não fosse não seria engraçado.
Retirado do sítio oficial do Dilbert.
Retirado do sítio oficial do Dilbert.
Wednesday, October 16, 2002
Mirror Mirror
Atendendo ao pedido da Raquel, algumas informações sobre o álbum Nightfall in the Middle-Earth, do Blind Guardian e sobre a obra de Tolkien.
Encontrei uma entrevista do próprio Hansi Kursch, vocalista da banda, falando sobre o álbum. Ele dá explicações breves mas satisfatórias sobre as músicas. Uma coisa interessante (que eu imaginava, mas não tinha certeza) que ele diz é que as músicas são cantadas da perspectiva do bardo Maglor. Outra é que Mirror Mirror fala de Turgon de Gondolin (o que eu achava) e de Finrod de Nargothrond (que eu não sabia).
Um sítio com ótimas informações sobre o universo de Tolkien, muito bem organizado, é a Encyclopedia of Arda. Tirei (e referenciei) algumas coisas de lá.
Além disso, buscas no Google encontram algumas páginas com interpretações das músicas. Em geral elas são suposições pessoais pouco justificadas.
Segue a minha revisão de Mirror Mirror (ainda minha preferida do álbum).
Far, far beyond the island
We dwelt in shades of twilight
Through dread and weary days
Through grief and endless pain
/* Do exílio de Valinor (the island) e da maldição */
It lies unknown
The land of mine
A hidden gate
To save us from the shadow fall
/*De Gondolin e Nargothrond*/
The lord of water spoke
In the silence
Words of wisdom
I've seen the end of all
Be aware the storm gets closer
/*De Ulmo e suas profecias (particularmente da mensagem levada por Tuor)*/
chorus:
Mirror Mirror on the wall
True hope lies beyond the coast
You're a damned kind can't you see
That the winds will change
Mirror Mirror on the wall
True hope lies beyond the coast
You're a damned kind can't you see
That tomorrows bears insanity
/* "Mirror mirror on the wall" me parece licença poética;
"true hope" refere-se aos Valar, únicos capazes de livrar os noldor da maldição de Fëanor;
"damned kind" podem ser os noldor ou Morgoth*/
Gone's the wisdom
Of a thousand years
A world in fire and chains and fear
Leads me to a place so far
/*Da destruição da Dagor Bragollach*/
Deep down it lies my secret vision
I better keep it safe
/*Das cidades-refúgio*/
Shall I leave my friends alone
Hidden in my twilight hall
(I) know the world is lost in fire
Sure there is no way to turn it
Back to the old days
Of bliss and cheerful laughter
We're lost in barren lands
Caught in the running flames
Alone
/*De novo, a terrível Dagor Bragollach*/
bridge:
How shall we leave the lost road
Time's getting short so follow me
A leader's task so clearly
To find a path out of the dark
/*"lost road", a maldição de Fëanor;
Do dever de lutar contra Morgoth, posteriormente "cumprido" na Nirnaeth Arnoediad, a Batalha das Lágrimas Incontáveis*/
chorus:
Even though
The storm calmed down
The bitter end
Is just a matter of time
/*Da profecia de Ulmo*/
Shall we dare the dragon
Merciless he's poisoning our hearts
Our hearts
/*"the dragon", Glaurung, líder das forças de Morgoth na Dagor Bragollach*/
bridge
chorus
Atendendo ao pedido da Raquel, algumas informações sobre o álbum Nightfall in the Middle-Earth, do Blind Guardian e sobre a obra de Tolkien.
Encontrei uma entrevista do próprio Hansi Kursch, vocalista da banda, falando sobre o álbum. Ele dá explicações breves mas satisfatórias sobre as músicas. Uma coisa interessante (que eu imaginava, mas não tinha certeza) que ele diz é que as músicas são cantadas da perspectiva do bardo Maglor. Outra é que Mirror Mirror fala de Turgon de Gondolin (o que eu achava) e de Finrod de Nargothrond (que eu não sabia).
Um sítio com ótimas informações sobre o universo de Tolkien, muito bem organizado, é a Encyclopedia of Arda. Tirei (e referenciei) algumas coisas de lá.
Além disso, buscas no Google encontram algumas páginas com interpretações das músicas. Em geral elas são suposições pessoais pouco justificadas.
Segue a minha revisão de Mirror Mirror (ainda minha preferida do álbum).
Far, far beyond the island
We dwelt in shades of twilight
Through dread and weary days
Through grief and endless pain
/* Do exílio de Valinor (the island) e da maldição */
It lies unknown
The land of mine
A hidden gate
To save us from the shadow fall
/*De Gondolin e Nargothrond*/
The lord of water spoke
In the silence
Words of wisdom
I've seen the end of all
Be aware the storm gets closer
/*De Ulmo e suas profecias (particularmente da mensagem levada por Tuor)*/
chorus:
Mirror Mirror on the wall
True hope lies beyond the coast
You're a damned kind can't you see
That the winds will change
Mirror Mirror on the wall
True hope lies beyond the coast
You're a damned kind can't you see
That tomorrows bears insanity
/* "Mirror mirror on the wall" me parece licença poética;
"true hope" refere-se aos Valar, únicos capazes de livrar os noldor da maldição de Fëanor;
"damned kind" podem ser os noldor ou Morgoth*/
Gone's the wisdom
Of a thousand years
A world in fire and chains and fear
Leads me to a place so far
/*Da destruição da Dagor Bragollach*/
Deep down it lies my secret vision
I better keep it safe
/*Das cidades-refúgio*/
Shall I leave my friends alone
Hidden in my twilight hall
(I) know the world is lost in fire
Sure there is no way to turn it
Back to the old days
Of bliss and cheerful laughter
We're lost in barren lands
Caught in the running flames
Alone
/*De novo, a terrível Dagor Bragollach*/
bridge:
How shall we leave the lost road
Time's getting short so follow me
A leader's task so clearly
To find a path out of the dark
/*"lost road", a maldição de Fëanor;
Do dever de lutar contra Morgoth, posteriormente "cumprido" na Nirnaeth Arnoediad, a Batalha das Lágrimas Incontáveis*/
chorus:
Even though
The storm calmed down
The bitter end
Is just a matter of time
/*Da profecia de Ulmo*/
Shall we dare the dragon
Merciless he's poisoning our hearts
Our hearts
/*"the dragon", Glaurung, líder das forças de Morgoth na Dagor Bragollach*/
bridge
chorus
Sunday, October 13, 2002
O Renato (um dos autores deste sítio) me informou da existência um projeto interessantíssimo na rede. É uma página que se propõe a responder, fazendo 30 perguntas, qual foi o objeto em que o usuário pensou. Testei com pizza, sexo e mártir. Ele não conseguiu adivinhar o mártir em 30, mas chegou perto: propôs "ser humano". O sistema, pelo que li lá, é baseado em um algoritmo simples de inteligência artificial. Utiliza as respostas já dadas para as mesmas perguntas e os objetos que têm mais em comum com as respostas fornecidas. Se você clicar em "update" ao fim da série de perguntas, ele "aprende" o que você respondeu para aquele objeto. Também indica as contradições entre o que foi dito e o conhecimento dele (o estado anterior da base de dados). Fantástico.
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