Uma consideração muito interessante do economista Paul A. Samuelson, Nobel em 1970, em entrevista ao Valor Econômico:
Valor: Para muitos economistas, pressupostos keynesianos não se aplicam a esta sociedade de mercado. Como vê o o modelo de Keynes nesta democracia plutocrática?
Samuelson: O problema é outro. Quanto mais nos distanciamos da Grande Depressão e da Segunda Guerra, que unificou a todos nós, mais os eleitores americanos dão mostras de egoísmo e falta de altruísmo. Tecnicamente, sabemos que cada pessoa tem seu voto, o rico e o pobre. Isso é verdade, mas para se eleger hoje em dia, a menos que você seja muito rico, é preciso levantar muito dinheiro. E quem fornece esse dinheiro? Os lobistas. Por quê? Porque as pessoas que eles elegem fazem o que eles querem. Na verdade, os milionários e as grandes corporações não têm apenas votos proporcionais à quantidade de pessoas que as representam. Seus votos são proporcionais à sua riqueza. Não se trata apenas de maus líderes. Temos eleitores crédulos demais. Mas não se pode dizer: "Estou cansado desse grupo de eleitores, vou arrumar novos eleitores".
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