Um texto que comecei a escrever e abandonei. Encontrei num papel amassado, ia jogá-lo fora mas resolvi publicar. Quem sabe um dia eu continuo.
"Lágrimas turvavam os olhos recém abertos daquela bela paciente. Sozinha no quarto, calmamente recordava o triste incidente que, supunha, a pusera naquele aposento. Sentia-se triste pelo homem, pela arma, pela fúria. Já o perdoara, no entanto; achava mesmo que nunca o culpara. Cerrou lentamente as pálpebras para decidir o que fazer. As lágrimas desceram pelo seu rosto, indo parar na camisola de enferma. Não se preocupou em secá-las ou escondê-las. Gostava das lágrimas, eram parte dela. Apoiou-se cuidadosamente nos cotovelos para se levantar, já antevendo a dor no peito, onde a bala lhe ferira. Nada sentiu. Estranhou e passou a imaginar quanto tempo estivera ali inconsciente, perdida em seus sonhos e memórias. Nada descobrindo, percebeu que sentia-se perfeitamente bem e resolveu levantar.¨
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